O professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Leo Heller afirma que é um equívoco pensar que estiagem significa necessariamente falta de água nas torneiras. "Estiagem é baixo volume de chuva; escassez é acesso limitado à água", diz o brasileiro, que é o atual relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o direito à água potável e ao saneamento.
Depois de 2014, considerado o ano mais seco e mais quente em décadas na região Sudeste, o estudioso faz questão de diferenciar estiagem de escassez, explicando, assim, que a culpa da atual crise de falta de água não é da meteorologia.
Para Heller, que está na função desde 1º de dezembro do ano passado, é possível ter pouca chuva e abastecimento de água regular para a população. "A estiagem não deve se converter em escassez no sistema de abastecimento. [Para isso] é necessário haver planejamento para pensar em medidas que evitem a falta de água", afirma Heller, que foi escolhido para a função para um período de três anos, prazo que pode ser prorrogado por mais três.
Segundo ele, é necessário projetar qual será o consumo futuro e a disponibilidade de água e pensar em alternativas aos reservatórios, como uso de água de chuva e de aquíferos, além do reúso. "A oferta deve ser sempre superior à demanda. Nesse período que estamos vivendo isso não está acontecendo", alerta.
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