Com 26 presos onde caberiam, normalmente, apenas 16, a carceragem da PF (Polícia Federal) em Curitiba (Paraná) tem de se virar para conseguir alocar todos os presos da operação Lava Jato, deflagrada na semana passada.
Alguns dos encarcerados estão alojados em colchões com cobertores no chão dos corredores da PF. Todos tomam banho em chuveiros coletivos fora das celas, e têm de lavar as próprias roupas. O banho de sol é de uma hora diária, e todos têm se alimentado com as marmitas, as "quentinhas" oferecidas pela própria PF.
Até agora, nenhum deles pediu alguma refeição de outro lugar, mas, mesmo se o fizerem, não poderiam receber nada de fora da Polícia Federal. Segundo dados de levantamentos de empresas de Recursos Humanos, executivos como os que estão presos na carceragem da PF em Curitiba chegam a ganhar por ano cerca de R$ 3 milhões, entre salário e bônus.
Youssef isolado
O doleiro e principal depoente da Lava Jato, Alberto Youssef, está isolado dos demais presos por motivos de segurança. O isolamento, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, ocorre para proteger o próprio Youssef, que pode ser retaliado pelos demais presos por ter delatado eles. Sua separação também é importante para evitar que todos se comuniquem e combinem como deverá ser feito o depoimento aos policiais.
Depoimentos
Nesta terça-feira (18), depõem executivos da empresas Queiroz Galvão e UTC. Os advogados dos empresários declararam que seus clientes irão contribuir com as investigações, que não irão ficar calados.
Ao todo, são 23 presos da operação Lava Jato na última semana presentes na carceragem da PF em Curitiba. Junto a eles, somam-se Alberto Youssef e outros dois presos por outros motivos. Até o final do dia, 17 presos que tiveram a prisão temporária decretada devem ser soltos.
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